quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O MICE é o futuro?

A sigla internacional MICE significa Meetings (Encontros), Incentives (Incentivos), Conferences (Conferências) and Exhibitions (Feiras), embora apareça também muitas vezes como o “E” associado a Eventos e o “C” a Convenções. Utiliza-se para designa um tipo muito particular de turismo em que grupos viajam, tendo um propósito bem definido, habitualmente com um programa já feito e bem planejado.



O que é menos comum, apesar da crescente projeção, é o setor dos incentivos, que funciona muitas vezes como um premio aos funcionários de determinada empresa ou instituição, cujos objetivos foram atingidos ou ultrapassados. Ao contrário dos outros tipos de turismo MICE, com claros objetivos profissionais ou educativos, este é geralmente voltado apenas para o entretenimento.

O turismo MICE é reconhecidamente exigente, pelo que obriga a uma grande profissionalização por parte das empresas que operam na área, e não é qualquer uma que está habilitada a organizar este tipo de evento.


As muitas potencialidades de Portugal

O Algarve, a Madeira, o Porto, Lisboa – claramente destacada, neste momento –, ou a região do Estoril, são alguns destinos mais bem preparados para receber a indústria dos eventos. Para além de disporem de unidades hoteleiras de grande capacidade, em termos de alojamento, e espaços para reuniões, seminários, workshops, exibem outras infra-estruturas como restaurantes, bares, cassinos, pavilhões, salas de espetáculo, campo de golfe, Convetion Bureaux ativos e que promovem regiões para além de prestadores de serviços de qualidade. Portugal tem sobretudo, história, cultura, recursos naturais (o mar assume-se como uma grande mais valia), uma gastronomia fantástica – quem poderá negá-lo? -, gente afável e interessante e, naturalmente, profissionais de grande qualidade, reconhecidos mesmo internacionalmente.

Claro que há debilidades, nem tudo é perfeito, mas importa, acima de tudo, olhar para os bons exemplos.

Ultrapassando o estrangulamento das ligações aéreas, caras e nem sempre diretas, o arquipélago tem condições para vingar nesta área de negócio. E esta até pode ser, para muitos operadores, uma forma de compensar as quebras durante as épocas baixas do turismo tradicional.

A estratégia passa muito por ações concertadas de promoção, e presenças em feiras internacionais do setor, como IMEX, EIBTM, Confex e outras.


MICE em crescimento também nos Açores

Nos Açores, um exemplo entre muitos possíveis, o potencial é por demais evidente. Em algumas ilhas, nomeadamente São Miguel e Terceira, as infra-estruturas são de qualidade e há muito interesse em investir nesta indústria. As próprias condições físicas, geográficas, a presença do mar, tornam este um destino apetecido para atividades ao ar livre, as quais casam bem com este segmento de viajante.


As low-cost e a Seleção Nacional

Em jeito de conclusão, dizer que Portugal, ao concorrer com mercados muito competitivos e mais sofisticados, deve, e isto parece claro, apostar na formação de técnicos especializados, na antecipação de tendências internacionais -  e isso só é possível com o conhecimento aprofundado do seguimento -, na concentração de esforços entre setor público e privado, e acima de tudo na promoção da diferença. Podemos não ser os melhores, mas somos diferentes, confiem em nós.



O aparecimento das low-cost veio encurtar as distâncias físicas e de mentalidade entre Portugal e o resto da Europa. Importa capitalizar estas novas oportunidades. Bem como aproveitar o sucesso dos “produtos” nacionais, e aqui pode mencionar-se a importância do futebol e das suas estrelas. Afinal, quem não terá curiosidade, por pequena que seja, de conhecer sítio extraordinário onde nasceu José Mourinho?...F&E

Por: Claudia Souza e Rui Ochõa – F&E

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